terça-feira, 30 de setembro de 2008

VI Simpósio Brasileiro de Meio Ambiente, Jornalismo e Educomunicação

VI Simpósio Brasileiro de Meio Ambiente, Jornalismo e Educomunicação


28 a 30 de outubro de 2008 SESC Vila Mariana

O International Institute of Journalism and Communication, o NCE- Núcleo de Comunicação e Educação da Universidade de São Paulo, o SESC São Paulo, o Canal Futura e o Ministério do Meio Ambiente, com os apoios da Rádio Eldorado, da Rede CEP e da Revista Viração, realizam entre os dias 28 e 30 de outubro de 2008, no SESC Vila Mariana, o VI Simpósio Brasileiro de Educomunicação.VI Simpósio Brasileiro de Educomunicação A educomunicação, enquanto conceito e enquanto prática social, vem ganhando legitimidade, especialmente no Brasil e nos países da América Latina, como opção tanto para a melhoria das relações nos espaços educativos, como para a eficácia dos programas que utilizam a mídia de ensino, como comprovam os resultados de projetos desenvolvidos por universidades (o exemplo pioneiro do NCE/USP), pela mídia (a exemplo do Canal Futura), pelo poder público (a exemplo do MEC e das Secretarias de Educação de Estados e Municípios, de forma pioneira pela Secretaria de Educação da Prefeitura de São Paulo – Educom.rádio) e por ONGs (como vem ocorrendo com a Rede CEP, em todo o Brasil).O campo do meio ambiente tem sido especificamente palco de práticas educomunicativas empreendedoras, sob inspiração do Sub-programa de Educomunicação Socioambiental do Ministério do Meio Ambiente.Nesse sentido, o VI Simpósio Brasileiro de Educomunicação se propõe retomar o tema, colocando-o em debate entre comunicadores, educadores e especialistas na área do meio ambiente, num esforço conjunto de um grupo de instituições, unindo universidade, setor público, setor privado e terceiro setor. O propósito é socializar as reflexões e experiências no campo da educomunicação socioambiental e refletir sobre os desafios que o meio ambiente e sua preservação apresentam para a mídia, para o ensino e para as práticas das organizações sociais. Para isso o Simpósio contará com conferências, mesa-redonda, atividades simultâneas e workshops ministrados por formadores de opinião, profissionais e especialistas da área.

Programação:

Dia 28 - Terça
8h – CREDENCIAMENTO
9h – ABERTURA SOLENE
Carlos Minc - Ministro do Meio AmbienteDanilo Santos de Miranda – Diretor Regional do SESC SPIsmar de Oliveira Soares – Coordenador do Núcleo de Comunicação e Educação - NCE/USPJoseph Chittilappilly – Secretário Geral do International Institute of Journalism - IIJCLúcia Araújo – Diretora Geral do Canal Futura
10h30 – CONFERÊNCIA
A Imprensa Brasileira e o Meio AmbienteNo primeiro momento, será apresentada uma visão panorâmica sobre a relação da mídia impressa brasileira frente ao desafio das mudanças climáticas, tendo como base pesquisa desenvolvida pela ANDI e a Embaixada Britânica no Brasil sobre o comportamento de 50 jornais de todo o país. Em seguida, será analisada a contribuição da radiodifusão, representada pela Rádio Eldorado, na cobertura do tema Meio Ambiente.
Veet Vivarta, Secretário Executivo da Agência de Notícias dos Direitos da Infância (ANDI) Filomena Saleme, Jornalista da Rádio Eldorado

14h às 17h30 - ATIVIDADES SIMULTÂNEAS
Painel 1 - Meio Ambiente, Redes e Mobilização Cidadã O meio ambiente e a sustentabilidade por meio da prática de mobilização cidadã em espaços públicos, assim como a formação de redes envolvendo setores específicos da população como a juventude, os educadores ambientais e os pesquisadores do meio ambiente nas várias regiões do país.Moema L. Viezzer, Assessora da Itaipu BinacionalEduardo Jorge Martins Alves Sobrinho, Titular da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente da Prefeitura Municipal de São Paulo - PMSP/SVMAPatrícia Otero, Integrante da ONG 5 Elementos e Facilitadora da Área de Educação e Comunicação da Rede Paulista de Educação Ambiental - REPEABruno Pinheiro, Educador Ambiental da Rede da Juventude pelo Meio Ambiente e Sustentabilidade - REJUMA Solange Gayoso da Costa, Professora do Projeto Nova Cartografia Social da Amazônia
Painel 2 – Jornalismo e Meio AmbienteAnálise sobre a prática da mídia e o papel dos profissionais da comunicação nos conflitos de interesses entre o poder público, as comunidades locais, a iniciativa privada e/ou os movimentos organizados em torno das questões ambientais.Vinicius Romanini, Professor da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São PauloHerton Escobar, Repórter da Editoria de Meio Ambiente do Jornal O Estado de São PauloMartha San Juan França, Diretora Editorial da Revista Horizonte Geográfico e Vice-presidente da Associação Brasileira de Jornalismo Científico - ABJCMaria Liete Alves Silva, Coordenadora da Rede Brasileira de Educação Ambiental - REBEALuiz da Motta, Assessor de Comunicação do Serviço Florestal Brasileiro/MMA
Workshop 1- Produção de Documentário sobre Meio Ambiente
Este workshop apresentará a metodologia desenvolvida para a elaboração de programas de televisão, voltados para o tema do meio ambiente, tomando como referência a produção do “Globo Ecologia”, da Fundação Roberto Marinho.Leonardo Menezes, Jornalista do Canal Futura e Responsável pelo Programa “Globo Ecologia”

Dia 29 - Quarta

9h – CONFERÊNCIA
Educomunicação Socioambiental
A conferência apresenta o conceito da educomunicação e de suas áreas de intervenção a partir das pesquisas em desenvolvimento no Brasil, em especial pelo NCE - Núcleo de Comunicação e Educação da USP. Destaca a contribuição que o movimento ambientalista tem dado para o surgimento e fortalecimento da prática educomunicativa e a viabilidade de sua inserção como política pública emergente.Ismar de Oliveira Soares, Coordenador do Núcleo de Comunicação e Educação - NCE/USP e membro do IIJC - International Institute of Journalism and CommunicationEliany Salvatierra, Professora da Fundação Casper Líbero e pesquisadora do NCE/USP
10h30 – MESA-REDONDA
Meio Ambiente: Na Comunidade, na Mídia e na Educação FormalTem como foco os esforços de instituições públicas como o Ministério do Meio Ambiente (Sub-Programa de Educomunicação Socioambiental), o Ministério da Educação (Programa de Educação Ambiental) e de organizações privadas, no sentido de formular referenciais e parâmetros para ações que contribuam para a especificação de modalidades de práticas educomunicativas. Lucia Anello, Diretora do Departamento de Educação Ambiental do Ministério do Meio Ambiente - DEA/MMAFrancisco Costa, Pesquisador do Departamento de Educação Ambiental do Ministério do Meio Ambiente - DEA-MMARachel Trajberg, Coordenadora de Educação Ambiental do Ministério da Educação - MECAndré Trigueiro, Jornalista, Editor-Chefe do Programa “Cidades e Soluções” da Globo News e Comentarista da Rádio CBN

14h às 17h30 – ATIVIDADES SIMULTÂNEAS
Painel 3 - Práticas Educomunicativas em Meio AmbienteAbordagem na educação ambiental implementada pelos movimentos sociais, incluindo setores públicos que dialoguem com a população, ONGs e instituições culturais, na busca de metodologias específicas que contemplem o envolvimento de segmentos da população no trabalho educomunicativo.
Marcos Sorrentino, Departamento de Ciências Florestais, Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ)Tereza Porto, Secretaria de Estado do Meio Ambiente do Rio de JaneiroDaniel Raviolo, Sociólogo argentino e fundador da ONG Comunicação e Cultura – Fortaleza, que trabalha com jornais escolaresLílian de Carvalho Lindoso, Instituto Chico Mendes - Palmas (TO)Fabio Pena, Coordenador de Comunicação da ONG Saúde & Alegria – Santarém (PA)
Painel 4 – O Lugar da Educomunicação Socioambiental no EnsinoEnfoque no desenvolvimento da educação ambiental nos níveis de ensino superior, médio e fundamental, com o objetivo de trazer à luz referenciais e metodologias aplicadas à área do meio ambiente dentro do sistema educativo brasileiro.Regina Scarpa, Coordenadora Pedagógica da Fundação Victor CivitaSueli Furlan, Professora de Geografia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH/USP) e Professora do Programa de Pós-Graduação em Ciência Ambiental (Procam/USP)Patrícia Mousinho, Secretária-executiva da Rede Brasileira de Educação Ambiental (REBEA/Goiás) Maria Cristina Telles, Fundação Bradesco – Departamento de Educação BásicaPaulo Lima, Editor da Revista Viração
Workshop 2 - Uso da Internet na Educomunicação Socioambiental com Crianças e AdolescentesO workshop se destina a socializar experiências de utilização das mídias digitais por crianças e adolescentes no campo da educação ambiental, tomando como referências programas educomunicativos implementados em escolas públicas.Débora Menezes, Jornalista, colaboradora do NCE/USP e Consultora de Educação Ambiental Josete Maria Zimmer, Professora da Escola Municipal de Ensino Fundamental – EMEF Teófilo Benedito Ottoni, da Secretaria Municipal de Educação – SME/SP Carlos Mendes Lima, Presidente do Comitê Gestor da Lei Educom
Dia 30 – Quinta

9h – CONFERÊNCIA
Consumo Consciente para a SustentabilidadeA conferência abordará os fundamentos do conceito de “consumo consciente”, tendo como base as experiências educomunicativas em desenvolvimento pelo Instituto Akatu, identificando práticas que se mostram eficientes na educação do cidadão para que assuma sua parte na preservação do meio ambiente.Hélio Matar, Presidente do Instituto Akatu de Consumo Consciente
10h30 – MESA-REDONDA
Educação Ambiental e SustentabilidadeTem como foco o debate da Sustentabilidade como conceito irreversível e as formas pelas quais este vem sendo construído na prática. Análises a partir da perspectiva da mídia e de organizações sociais, como o PNUMA - Comitê Brasileiro do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. Eda Tassara, Coordenadora do Laboratório de Psicologia Socioambiental e Intervenção do Instituto de Psicologia da USP – Presidente do IBECC – Instituto Brasileiro de Educação Ciência e Cultura / UNESCO, Comissão do Estado de São Paulo.Haroldo Mattos de Lemos, Presidente do Instituto Brasil PNUMA -Comitê Brasileiro do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) e Professor da UFRJ e da Fundação Getúlio Vargas - FGV/RJ Suzane Machado Pádua, Presidente do Instituto de Pesquisas Ecológicas – IPÊFlávia Rossi, Instituto Chico Mendes, MMA

14h às 17h30 – ATIVIDADES SIMULTÂNEAS
Painel 5 – Meio Ambiente na Produção MidiáticaO painel volta-se para a presença da mídia impressa, audiovisual e digital, indagando sua contribuição para inserir na pauta da sociedade o tema do meio ambiente. Destaque às políticas editoriais voltadas ao setor e a atuação dos profissionais de área (jornalistas, fotógrafos, diagramadores e editores) no tratamento do tema.Eugênio Bucci, Professor de Jornalismo da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São PauloDébora Garcia, Supervisora de Conteúdo do Canal FuturaMarcelo Leite, Colunista da Folha de São PauloAdalberto Marcondes, Diretor Responsável pela Revista Digital Envolverde – Ambiente, Educação e Sustentabilidade Mathew Shirts, Diretor de redação da Revista National Geographic
Painel 6 – Meio Ambiente, Educomunicação e Responsabilidade Social Painel dedicado especificamente à área da responsabilidade social das corporações, com o objetivo de analisar a sensibilização do mundo empresarial às questões relativas ao meio ambiente.Denise Baena, Técnica do SESC SP e Educadora AmbientalMarilena Lino de Almeida Lavorato, Mais Projeto Organizadores do “Programa Benchmarking Ambiental”José Manoel Rodrigues, Coordenador de Comunicação – ReciclázaroSusanne Umnirski Gattáz, Coordenadora do projeto Eco-Curtas dos Institutos Goethe do Brasil Workshop 3 - Educomunicação nas políticas públicasO workshop se destina a socializar experiências de políticas públicas tanto no campo da mobilização (Coletivos Educadores) quanto no do uso da mídia rádio por crianças e adolescentes no campo da educação ambiental.Mônica Serrão, Vice-Diretora do Departamento de Educação Ambiental do Ministério do Meio Ambiente - DEA/MMAFrancisco Costa, Pesquisador do Departamento de Educação Ambiental - DEA/MMA)Márcia Rolemberg, Coordenadora de Educomunicação da Secretaria do Meio Ambiente, Projeto Nas Ondas do Ambiente, Rio de Janeiro.
ATIVIDADES PARALELAS
ECOCINE - Exibição de Documentários sobre Meio AmbienteDurante à tarde, serão exibidos documentários sobre meio ambiente do acervo do ECOCINE - Festival Internacional de Cinema Ambiental e Direitos Humanos, produzidos por emissoras de TV e produtoras independentes. Curadora: Cineasta Ariane Porto
Atividades Educomunicativas durante o EventoDurante o Simpósio, um grupo de 100 adolescentes implementará a cobertura educomunicativa nas várias linguagens midiáticas (impressa, audiovisual e digital) das mesas redondas, painéis e workshops. Integram-se a esta cobertura o NCE/USP, o SESC Vila Mariana, o EducaRede, o Canal Futura, a Revista Viração, a Rádio Eldorado, a ONG Kinema, o Programa “Nas Ondas do Rádio” da Prefeitura Municipal de São Paulo e a FUNDHAS – Fundação Helio Augusto de Sousa, de São José dos Campos. O programa do evento identificará as escolas e organizações envolvidas, bem como os educomunicadores que coordenarão as ações.


Mais informações: www.sescsp.org.br
SESC Vila Mariana
Terça a sexta, das 9h às 21h30
Sábado, domingo e feriado, das 10h às 18h30
Fone: (11) 5080-3000/5080-3141

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Cordel “EDUCAÇÃO AMBIENTAL EI(S) A RIMA”

“Se o nosso comportamento
Em nada for alterado,
Vamos ter esgotamento,
Pois o mundo é limitado.
Todos são de opinião
Que o mundo tem que mudar
Mas com acomodação
Nada pode melhorar.
Mudança tem de existir,
E num tempo bem veloz,
Cada um mudando a si,
Que o mundo começa em NÓS!”


cordel “EDUCAÇÃO AMBIENTAL EI(S) A RIMA” Bartolomeu Leal de Sá

Reserva Extrativista Chico Mendes no Acre está virando pastagem

25/9/2008
Marta Salomon
"Sou o homem de um milhão de hectares", apresenta-se, sem exagero, José Carlos Nunes Silva, 43 anos. Ele é o único fiscal de um território de seis vezes o tamanho da cidade de São Paulo, a reserva extrativista Chico Mendes, no Acre.
Vinte anos depois do assassinato do líder seringueiro, símbolo da defesa da floresta, a área desmatada na unidade de conservação federal que leva seu nome cresceu 11 vezes e o gado, que não deveria estar lá segundo o projeto original, chega a quase 10 mil cabeças.
O desmatamento alcança 6,3% da área total, segundo o Sipam (Sistema de Proteção da Amazônia). Apesar da queda recente no ritmo das motosserras, o percentual se aproxima do limite máximo de desmatamentoadmitido e -mais importante- coloca em xeque as chances de o extrativismo impedir o abate da floresta.
"É difícil controlar esse negócio; se não for com mão de ferro, isso tudo acaba", diz o fiscal. É tarefa dele conter as queimadas e, sobretudo, a pressão da pecuária, que arrasou a maior parte das seringueiras e dos pés de castanha que havia no entorno da Chico Mendes e pressiona suas fronteiras. Na reserva, o rebanho já conta com 8.431 cabeças, de acordo com o Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Acre, em levantamento feito a pedido da Folha.
O plano de manejo ainda em implantação tolera a abertura de apenas 15 hectares de floresta por família (o suficiente para 15 a 30 cabeças de gado), mas o cadastro de vacinação deste ano identificou criações com até 648 cabeças na reserva. O excedente está sujeito a confisco. Os responsáveis por irregularidades podem ser expulsos. Um cálculo preliminar estima que 15% dos ocupantes da reserva estejam nessa situação.
"Não vai ser fácil o ajuste", avalia Renato Ferreira Ribeiro, presidente da associação dos moradores e produtores da reserva Chico Mendes. "Alguns poucos não têm gado", diz.
Boi pirataO ministro Carlos Minc (Meio Ambiente) reconhece na pressão da pecuária sobre unidades como a Chico Mendes, tanto uma alternativa de sobrevivência na floresta como resultado das dificuldades do Estado para zelar por áreas protegidas. "A gente sabe que tem muito boi pirata lá, até por causa da pobreza", afirma.
A criação de novas unidades de conservação é tema de divergências no governo. Minc, defensor da idéia, enfrenta a oposição dos ministros Reinhold Stephanes (Agricultura) e Mangabeira Unger (Assuntos Estratégicos), coordenador do PAS (Plano Amazônia Sustentável). Essa oposição se dá em nome do suposto excesso de restrições ao agronegócio na região da Amazônia.
O baixo preço da borracha e a dificuldade de escoar a produção durante anos levaram quase ao abandono das árvores que Chico Mendes e outros seringueiros defendiam com seus próprios corpos, contra a ação de fazendeiros, nos chamados "empates" dos anos 70, uma forma pacífica de impedir os desmatamentos.
No ano passado, com a produção em declínio, o extrativismo na florestaamazônica foi responsável por apenas 4.000 das 110 mil toneladas de borracha natural produzidas no país. Outras 230 mil toneladas tiveram de ser importadas.
Salário mínimo"Da seringueira não se vive mais não, se não tem gadinho, não dá", justifica Creviano Pereira de Lima, cuja família mantém 100 cabeças de gado na colocação Gafanhoto.
Filho de ex-seringueiro, o rapaz não se anima, por ora, a abastecer a fábrica estatal de preservativos recém-inaugurada em Xapuri. Alega atrasos nos primeiros pagamentos de R$ 4,10 por quilo da borracha. Esse preço inclui o pagamento de R$ 0,70 por serviços ambientais.
Próximo do lugar onde Creviano caçava, com uma espingarda calibre 22, Domingo Florentino da Conceição corria para recolher o látex das seringueiras que havia cortado nas primeiras horas do dia. Ao final do mês, calcula Domingo, o "leite" extraído renderá cerca de um salário mínimo.
Dentro da reserva, o desmatamento ainda é menor do que fora. Entre os seis municípios que abrigam a Chico Mendes em seus territórios, apenas dois (Assis Brasil e Sena Madureira) registram índices de desmatamento inferiores aos 6,3% registrados pelo Sipam na reserva. Segundo dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), os municípios de Xapuri, Brasiléia, Rio Branco e Capixaba perderam entre 21% e 47% da floresta.
O abate de árvores já superou o limite legal de 10% no emblemático Seringal Cachoeira, cuja desapropriação foi o pivô do assassinato de Chico Mendes, em dezembro de 1988, a mando do antigo dono da área, Darly Alves da Silva. O presidente da associação dos moradores do Cachoeira, Raimundo Monteiro, atribui os 13% de desmatamento à "teimosia" dos assentados: "Gado tem bastante".
Tia de Chico Mendes, Cecília Teixeira, 82, ainda mora no assentamento. "Aqui e acolá cortam a árvore e vendem o leite, mas se vive mais é de plantação, vende uma cabecinha de gado, quase todo mundo cria", diz.


Fonte: REBIA Norte / Folha de S. Paulo / Evandro Ferreira.

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