quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Carta de São Francisco aos governantes dos povos

Por Leonardo Boff

Quase no final de sua vida, Francisco de Assis escreveu uma carta aberta aos governantes dos povos. Mais de mil franciscanos, vindos do mundo inteiro, reunidos em Brasília em meados de outubro, tentaram reescrevê-la. Dei minha colaboração, proibida pelo bispo local, nestes temos:

“A todos os chefes de Estado e aos portadores de poder neste mundo, eu Frei Francisco de Assis, vosso pequenino e humilde servo, lhes desejo Paz e Bem.
Escrevo-vos esta mensagem com o coração na mão e com os olhos voltados ao alto em forma de súplica.

Ouço, vindo de todos os lados, dois clamores que sobem até ao céu. Um, é o brado da Mãe Terra terrivelmente devastada. E o outro, é a queixa lancinante dos milhões e milhões de nossos irmãos e irmãs, famintos, doentes e excluídos, os seres mais ameaçados da criação.

É um clamor da injustiça ecológica e da injustiça social que implora urgentemente ser escutado.

Meus irmãos e irmãs constituídos em poder: em nome daquele que se anunciou como o “soberano amante da vida”(Sabedoria 11,26) vos suplico: façamos uma aliança global em prol da Terra e da vida.

Temos pouco tempo e falta-nos sabedoria. A roda do aquecimento global do Planeta está girando e não podemos mais pará-la. Mas podemos diminuir-lhe a velocidade e impedir seus efeitos catastróficos.

Não queremos que a nossa Mãe Terra, para salvar outras vidas ameaçadas por nós, se veja obrigada a nos excluir de seu próprio corpo e da comunidade dos viventes.

Por tempo demasiado nos comportamos como um Satã, explorando e devastando os ecossistemas, quando nossa vocação é sermos o Anjo Bom, o Cuidador e o Guardião de tudo o que existe e vive.

Por isso, meus senhores e minhas senhoras, aconselho-vos firmemente que penseis não somente no desenvolvimento sustentável de vossas regiões. Mas que penseis no planeta Terra como um todo, a única Casa Comum que possuímos para morar, para que ela continue a ter vitalidade e integridade e preserve as condições para a nossa existência e para a de toda a comunidade terrenal.

A tecno-ciência que ajudou a destruir, pode nos ajudar a resgatar. E será salvadora se a razão vier acompanhada de sensibilidade, de coração, de compaixão e de reverência.

Advirto-vos, humildemente, meus irmãos e irmãs, que se não fizerdes esta aliança sagrada de cuidado e de irmandade universal deveis prestar contas diante do tribunal da humanidade e enfrentar o Juízo do Senhor da história.

Queremos que nosso tempo seja lembrado como um tempo de responsabilidade coletiva e de cuidado amoroso para com a Mãe Terra e para com toda a vida.

Por fim, irmãos e irmãs, modeladores e modeladoras de nosso futuro comum: recordeis que a Terra não nos pertence. Nós pertencemos a ela pois nos gestou e gerou como filhos e filhas queridos. Custo aceitar que depois de tantos milhões e milhões de anos sobre esse planeta esplendoroso, tenhamos que ser expulsos dele.

Pela iluminação que me vem do Alto, pressinto que não estamos diante de uma tragédia cujo fim é desastroso. Estamos dentro de uma crise que nos acrisolará, nos purificará e nos fará melhores. A vida é chamada à vida. Nascidos do pó das estrelas, o Senhor do universo nos criou para brilharmos e cantarmos a beleza, a majestade e a grandeza da Criação que é o espaço do Espírito e o templo da Santíssima Trindade, do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

Se observardes tudo isso que Deus me inspirou para vos comunicar em breves palavras, garanto-vos que a Terra voltará novamente a ser o Jardim do Éden e nós os seus dedicados jardineiros e cuidadores”. Assinado F. de Assis.

cordel “EDUCAÇÃO AMBIENTAL EI(S) A RIMA”

“Se o nosso comportamento
Em nada for alterado,
Vamos ter esgotamento,
Pois o mundo é limitado.
Todos são de opinião
Que o mundo tem que mudar
Mas com acomodação
Nada pode melhorar.
Mudança tem de existir,
E num tempo bem veloz,
Cada um mudando a si,
Que o mundo começa em NÓS!”

cordel “EDUCAÇÃO AMBIENTAL EI(S) A RIMA”
Bartolomeu Leal de Sá

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Dez dicas para o trabalho voluntário



1. Todos podem ser voluntários. Não é só quem é especialista em alguma coisa que pode ser voluntário. Todas as pessoas tem capacidades, habilidades e dons. O que cada um faz bem pode fazer bem a alguém.


2. Voluntariado é uma relação humana, rica e solidária. Não é uma atividade fria, racional e impessoal. É relação de pessoa a pessoa, oportunidade de se fazer amigos, viver novas experiências, conhecer outras realidades.


3. Trabalho voluntário é uma via de mão dupla. O voluntário doa sua energia e criatividade mas ganha em troca contato humano, convivência com pessoas diferentes, oportunidade de aprender coisas novas, satisfação de se sentir útil.


4. Voluntariado é ação. Não é preciso pedir licença a ninguém antes de começar a agir. Quem quer, vai e faz.


5. Voluntariado é escolha. Não há hierarquia de prioridades. As formas de ação são tão variadas quanto as necessidades da comunidade e a criatividade do voluntário.


6. Cada um é voluntário a seu modo. Não há fórmulas nem modelos a serem seguidos. Alguns voluntários são capazes, por si mesmos, de olhar em volta, arregaçar as mangas e agir. Outros preferem atuar em grupo, juntando os vizinhos, amigos ou colegas de trabalho. Por vezes é uma instituição inteira que se mobiliza, seja ela um clube de serviços, uma igreja, uma entidade beneficente ou uma empresa.


7. Voluntariado é compromisso. Cada um contribui na medida de suas possibilidades mas cada compromisso assumido é para ser cumprido. Uns têm mais tempo livre, outros só dispõem de algumas poucas horas por semana. Alguns sabem exatamente onde ou com quem querem trabalhar. Outros estão prontos a ajudar no que for preciso, onde a necessidade é mais urgente.


8. Voluntariado é uma ação duradoura e com qualidade. Sua função não é de tapar buracos e compensar carências. A ação voluntária contribui para ajudar pessoas e animais em dificuldade, resolver problemas, melhorar a qualidade de vida .


9. Voluntariado é uma ferramenta de inclusão social. Todos têm o direito de ser voluntários. As energias, recursos e competências de crianças, jovens, pessoas portadoras de deficiência, idosos e aposentados podem e devem ser mobilizadas.


10. Voluntariado é um hábito do coração e uma virtude cívica. É algo que vem de dentro da gente e faz bem aos outros. No voluntariado todos ganham: o voluntário, aquele com quem o voluntário trabalha.


Fonte: Portal do Meio Ambiente

Reciclagem do Lixo

O que é Lixo?

A Palavra lixo, deriva do termo latim lix, significa “cinza”. No dicionário, ela é definida como sujeira, imundície, coisa ou coisas inúteis, velhas, sem valor.
De acordo com dados do Sebrae/1993, em Rio Branco são produzidas 251.573 toneladas de lixo por ano, sendo:
  • 14,5% de Papel
  • 12,8% de Metal
  • 8,7% de Vidro
  • 12,8% de Plástico
  • 49,8% de Matéria orgânica

É como se cada pessoa produzisse em média 500 gramas a 1kg de lixo por dia.

O Lixo orgânico é composto por restos de alguns organismos vivo, animal ou vegetal.
(Ex: sobras de comidas, folhas secas, etc.)

Lixo Inorgânico
É composto pelos materiais recicláveis (Ex: plásticos, papéis, vidros e latas)

TEMPO DE DECOMPOSIÇÃO DO LIXO

Tecido de Algodão - 1 a 5 Meses
Corda - 3 a 4 Meses
Papel - 3 a 6 Meses
Cigarro - 1 a 2 anos
Chiclete - 5 anos
Madeira pintada - 13 Anos
Latas de Conserva - 100 Anos
Latas de Alumínio - 200 a 500 Anos
Plástico - 450 Anos
Vidro - + 1 Milhão de anos
Lixo Radioativo - Milhões de Anos
Pneu - Tempo Indert.


PROBLEMAS CAUSADOS PELO LIXO

* Poluição Visual
* Poluição do Solo
* A má destinação do lixo causa proliferação de ratos, baratas, moscas e mosquitos, que disseminam várias doenças como: dengue, malária, leptospirose, verminoses, doenças de pele.

Coleta Seletiva


O fundamento deste processo é a separação dos materiais recicláveis (papéis, vidros, plásticos e metais) do restante do lixo, que é destinado a aterros ou usinas de compostagem.


Reciclagem

Na reciclagem, o lixo é tratado como matéria-prima que será reaproveitada para fazer novos produtos.
Vantagens da Reciclagem
· Diminui a quantidade de lixo que vai para os lixões,
· Poupa os recursos naturais
· Reduz a poluição
· Gera empregos

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Sopa Plástica!! Muito interessante e triste...



Dê um presente ao seu futuro
e aos seus descendentes

SEPARE LIXO ORGÂNICO


do LIXO RECICLÁVEL.


Um Oceano de plástico

Durabilidade, estabilidade e resistência a desintegração. As propriedades que fazem do plástico um dos produtos com maiores aplicações e utilidades ao consumidor final, também o tornam um dos maiores vilões ambientais. São produzidos anualmente cerca de 100 milhões de toneladas de plástico e cerca de 10% deste total acabam nos oceanos, sendo que 80% desta fração vem de terra firme.
Foto do vórtex

No oceano pacífico há uma enorme camada flutuante de plástico, que já é considerada a maior concentração de lixo do mundo, com cerca de 1000 km de extensão, vai da costa da Califórnia, atravessa o Havaí e chega a meio caminho do Japão e atinge uma profundidade de mais ou menos 10 metros . Acredita-se que haja neste vórtex de lixo cerca de 100 milhões de toneladas de plásticos de todos os tipos. Pedaços de redes, garrafas, tampas, bolas , bonecas, patos de borracha, tênis, isqueiros, sacolas plásticas, caiaques, malas e todo exemplar possível de ser feito com plástico. Segundo seus descobridores, a mancha de lixo, ou sopa plástica tem quase duas vezes o tamanho dos Estados Unidos.

Ocean Plastic

O oceanógrafo Curtis Ebbesmeyer, que pesquisa esta mancha há 15 anos compara este vórtex a uma entidade viva, um grande animal se movimentando livremente pelo pacifico. E quando passa perto do continente, você tem praias cobertas de lixo plástico de ponta a ponta.


Tartaruga deformada por aro plástico A bolha plástica atualmente está em duas grandes áreas ligadas por uma parte estreita. Referem-se a elas como bolha oriental e bolha ocidental. Um marinheiro que navegou pela área no final dos anos 90 disse que ficou atordoado com a visão do oceano de lixo plástico a sua frente. 'Como foi possível fazermos isso?' - 'Naveguei por mais de uma semana sobre todo esse lixo'. Pesquisadores alertam para o fato de que toda peça plástica que foi manufaturada desde que descobrimos este material, e que não foram recicladas, ainda estão em algum lugar. E ainda há o problema das partículas decompostas deste plástico. Segundo dados de Curtis Ebbesmeyer, em algumas áreas do oceano pacifico podem se encontrar uma concentração de polímeros de até seis vezes mais do que o fitoplâncton, base da cadeia alimentar marinha.


Todas a peças plásticas à direita foram tiradas do estômago desta ave Segundo PNUMA, o programa das nações unidas para o meio ambiente, este plástico é responsável pela morte de mais de um milhão de aves marinha todos os anos. Sem contar toda a outra fauna que vive nesta área, como tartarugas marinhas, tubarões, e centenas de espécies de peixes.





Ave morta com o estômago cheio de pedaços de plástico E para piorar essa sopa plástica pode funcionar como uma esponja, que concentraria todo tipo de poluentes persistentes, ou seja, qualquer animal que se alimentar nestas regiões estará ingerindo altos índices de venenos, que podem ser introduzidos, através da pesca, na cadeia alimentar humana, fechando-se o ciclo, na mais pura verdade de que o que fazemos à terra retorna à nós, seres humanos. Fontes: The Independent, Greenpeace e Mindfully



Ver essas coisas sempre servem para que nós repensemos nossos valores e principalmente nosso papel frente ao meio ambiente e a todos os seres vivos.

O dia em que a humanidade esgotou o produto global da Terra

O dia em que a humanidade esgotou o produto global da Terra
2/10/2008

Por Gaëlle Dupont

Na terça-feira, 23 de setembro de 2008, nada mudou no cotidiano dos terráqueos. Não houve nenhuma penúria nas lojas de alimentação, nenhum corte de água ou de eletricidade que fugisse do ordinário. Contudo, segundo os dirigentes da organização não-governamental canadense Global Footprint Network, um evento importante ocorreu em 23 de setembro.
Aquele foi o "Global Overshoot Day", literalmente "o dia da ultrapassagem do limite global". Isso significa que, entre os dias 1º de janeiro e 23 de setembro, a humanidade consumiu todos os recursos que a natureza pode produzir em um ano. A partir de 24 de setembro, e até o final do ano, a humanidade passou a viver, por assim dizer, acima dos seus meios. Para continuar bebendo, se alimentando, se aquecendo, se deslocando, ela passa a explorar de maneira excessiva o meio natural, e compromete com isso a sua capacidade de regeneração. Portanto, ela está reduzindo e comprometendo seu capital.
O "dia da ultrapassagem do limite global", uma imagem destinada a impressionar as mentes, foi inventado pelos criadores do conceito de "rastro" ecológico. Na esteira das conclusões da Cúpula da Terra, que foi realizada no Rio de Janeiro, em 1992, os universitários William Rees e Mathis Wackernagel elaboraram e testaram um método que permite medir o impacto das atividades humanas sobre os ecossistemas. Trata-se de quantificar as superfícies biologicamente produtivas necessárias para a construção de cidades e das suas infra-estruturas, para o fornecimento dos recursos agrícolas, aquáticos e florestais que nós consumimos, e ainda para a absorção dos resíduos que nós produzimos, inclusive o CO2 proveniente da combustão das energias fósseis.
A unidade de medição que é utilizada para calcular o "rastro" ecológico deixado por um indivíduo, uma cidade ou um país, é o "hectare global", cujas capacidades de produção e de absorção de resíduos correspondem à média mundial.
Segundo os cálculos da Global Footprint Network, as necessidades da humanidade começaram a exceder as capacidades produtivas da Terra em 1986. Desde então, em conseqüência do aumento da população mundial, a data na qual a humanidade esgota os recursos teoricamente produzidos em um ano vem ocorrendo sempre mais cedo. Em 1996, o nosso consumo ultrapassava 15% da capacidade de produção do meio natural, e o "dia da ultrapassagem" caía em novembro. Em 2007, a ultrapassagem ocorreu em 6 de outubro.
Disparidades
A ferramenta utilizada pela Global Footprint Network permite quantificar a evolução do consumo de recursos no decorrer do tempo, e sensibilizar a opinião para as conseqüências dos excessos da sua exploração. Ela autoriza igualmente fazer comparações entre regiões do mundo. Os habitantes dos Emirados Árabes Unidos apresentam o mais importante de todos os "rastros" ecológicos: cada habitante consome anualmente o equivalente de 12 hectares globais. Eles são seguidos de perto pelos americanos, com um coeficiente de 9,5 hectares por habitante. A França ocupa o 12º lugar deste ranking mundial, com um pouco menos de 6 hectares por habitante. Já, os habitantes do Bangladesh, da Somália e do Afeganistão são aqueles que apresentam o menor consumo de recursos em todo o mundo, com menos de meio-hectare por habitante.
*Tradução:* Jean-Yves de Neufville


Fonte: IBVA / Instituto Anima.
- Portal do Meio Ambiente

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